Porque estamos nos mobilizando...

PORQUE ESTAMOS NOS MOBILIZANDO...

Em estudo divulgado pela FECOAGRO/RS, dia 16/06/2010 no jornal Correio do Povo, pode-se observar que o setor agropecuário está sem renda.

O MILHO com custo de R$ 18,99 a saca está sendo comercializado por R$ 15,74, prejuízo de 16,58%, o preço de comercialização da SOJA está 30% menor do que em 2009, na época era comercializada a R$ 47,00 a saca de 60kg, hoje está custando R$ 33,00. A realidade de Santiago, que colheu 30 sacas por ha, dados da EMATER, apresentou déficit de 2,64 sacas, isso significa que faltou 2,64 sacas para cobrir o custo da lavoura. Com o TRIGO a situação é ainda pior, não existe comercialização, o custo é de R$ 33,01 e o preço de venda é de R$ 21,56, prejuízo de 35%. O ARROZ de 20 anos analisados teve prejuízo em 13.

Na pecuária os dados também assustam: no sistema de CRIA de 11 anos analisados 8 apresentaram prejuízo, RECRIA E ENGORDA no mesmo período se observou prejuízos em 7 anos e no sistema de CICLO COMPLETO o pior resultado, de 11 anos analisados em 10 teve prejuízo.



quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Reflexão

Tem feito dias frios, geadas de deixar o pasto branquinho, é até bonito de olhar, mas tem que ter coragem para levantar da cama, tomar banho e ir trabalhar. Porém se você trabalha na cidade pode se considerar uma pessoa de sorte, depois de enfrentar o frio de sua casa até o escritório, loja ou fábrica, lá dentro é o paraíso, tem ar condicionado, fogo na lareira, cafezinho, chimarrão ou pelo menos paredes para atacar o vento, dá para trabalhar tranquilamente. Já para quem trabalha no campo não existe esta mordomia, quem trabalha no campo acorda cedo, antes mesmo de o sol nascer, toma o mate ou café e segue para a lida, o vento frio intimida, mas não há o que fazer, tem que arregaçar as mangas, afinal a criação precisa comer. O campeiro segue pras invernadas, quebrando geada, vai revisar as cercas, curar o gado, olhar as ovelhas que estão para parir. Com o produtor de leite não é diferente, coisa boa leite com chocolate nesta época, mas ao contrário do que alguns pensam o leite não vem das caixinhas, o leite é produzido pelas vacas e elas precisam ser ordenhadas todos os dias, de manhãzinha e de tardinha, inclusive nos sábados e nos domingos, a vaca precisa de cuidados, e é claro, também precisa comer. E tem que tratar os porcos, as galinhas, tem que cuidar da lavoura, olhar as pastagens, cuidar da horta, do pomar, há quem tem também peixes para cuidar. E nada de reclamar, geada, garoa, barro e frio tem que agüentar.
E aí alguém se habilita? Alguém quer trocar o escritório pelo campo?
Lidar com a terra e com a criação requer habilidade e coragem.
Por isso é preciso encarar a atividade agropecuária como um negócio. E como negócio, deverá ter seus custos, suas receitas e sua margem de lucro, certo? Errado. Deveria ser assim, mas não é. O setor agropecuário é hoje um transferidor de renda, e isso tem que parar.
O produtor rural precisa ser respeitado, tem que ter sua atividade valorizada como qualquer outra. A produção primária gera riquezas para o país, coloca comida barata na mesa das pessoas.
Outra questão, e é importante que todos entendam, é que o homem do campo cuida da terra e da natureza, por isso não dêem atenção para os que dizem o contrário. O produtor rural é ciente de que precisa do meio ambiente para continuar a produzir, ele sabe que precisa dos microorganismos e dos nutrientes do solo, da água dos rios, da chuva, do sol, ele aprecia o ar puro, ele respeita os animais silvestres. A grande maioria dos produtores rurais proíbe a pesca e caça em suas propriedades. Se nem todos agem assim, paciência, mas não podemos julgar a maioria pela minoria. O homem do campo valoriza sua história, sua família, sua origem e suas tradições.
Quando você encontrar um produtor rural o cumprimente, agradeça pelo alimento que ele produz. Reconheça as adversidades do seu trabalho. Informe-se sobre como os alimentos são produzidos. Pesquise sobre quanto tempo leva para que a semente vire pão ou óleo, quanto tempo leva para o bezerro virar boi, para a bezerra virar vaca, quanto o produtor recebe pelo que produz e quanto você paga por este mesmo produto nos supermercados. Questione o porquê desta diferença de preço.
E acima de qualquer coisa, defenda como imprescindível à permanência dos produtores rurais no campo, afinal não tem emprego para todos na cidade. Lembre-se que o seu emprego na cidade depende da permanência dos produtores no campo. A partir de agora se comprometa a não julga-los sem antes conhecê-los, sem antes saber de sua história, de suas razões, não os julgue antes de saber como é sua vida, como é o seu trabalho, quais são as suas dificuldades, sem antes saber por que eles protestam. Os produtores rurais são descendentes dos colonos que migraram de vários países para colonizar esta terra, se você buscar conhecer a sua história é bem provável que descobrirá que também é descendente destes bravos colonos, que iniciaram seu trabalho aqui a centenas de anos. E se olharmos em volta, perceberemos que eles construíram um belo e próspero país.
Autora: Taís Knorst

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Comparativo de máquinas, equipamentos e insumos



É um absurdo o que se paga de imposto no Brasil. Isto tem que acabar.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Senador defende fim da dívida agrícola

O senador Jorge Yanai defendeu ontem (15/08/2010), em discurso no Plenário, maior comprometimento do Governo para resolver definitivamente o problema da dívida dos produtores rurais: “O momento é o de pensar com carinho em uma solução que resolva o problema da dívida agrícola de uma vez por todas”.

Em uma retrospectiva do histórico da dívida, referiu-se aos fatores que contribuíram para a situação chegar ao ponto em que se encontra hoje: “os anos que seguiram 2005 foram de mais incertezas, mais contratempos, mais obstáculos para a liberdade financeira dos produtores rurais”. Sobre a dificuldade de crédito para os produtores, Yanai foi incisivo: “A relação entre o montante do crédito rural e a produção agrícola, ano a ano, fica mais desfavorável – por mais que a produção aumente o crédito não tem aumento correspondente, pelo contrário”.

Com um discurso não apenas crítico, o parlamentar apresentou sugestões para resolver o problema: “é preciso estipular regras claras para que, sempre que houver quebra de safra ou de receitas – situações adversas que escapam ao controle do agricultor –, o produtor tenha a garantia de poder renegociar sua dívida em bases justas. Também é necessário um trabalho completo e minucioso de reavaliação dos saldos devedores (...). O Tribunal de Contas da União já detectou, em diversas ocasiões, erros de cálculo nas dívidas rurais”.

Por fim, o senador Yanai lembrou ao Governo o drama que o produtor enfrenta por causa das dívidas: “o governo precisa apresentar propostas mais bem estruturadas e que ataquem, efetiva e definitivamente, o problema. Os produtores já estão cansados de simplesmente rolar a dívida. Eles precisam de opções concretas e factíveis para, se não acabar com a dívida definitivamente, pelo menos minimizá-la a ponto de ela deixar de influir negativamente sobre a produção”.

Fonte: Agência de Notícias Primeira Hora

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Movimento em Porto Alegre mostrou a força do setor agropecuário gaúcho

Mais de 3 mil produtores rurais participaram do manifesto (10/08) organizado pela Farsul, Federarroz, Fecoagro e Aprosoja. O manifesto aconteceu em frente a Farsul e mais tarde tomou as ruas da capital do RS, com uma caminhada em direção a Superintendência do Ministério da Agricultura (Mapa), onde foi entregue um documento para o superintendente Francisco Signor, com as reivindicações do setor. As demandas são:
- Seguro de produção e não de crédito;
- Seguro para adversidades climáticas, doenças e pragas;
- Redução no percentual de perda mínima para o seguro rural;
- Abertura do mercado para seguradoras;
- Aumento no limite de cobertura de acordo com o teto financiável por cultura, hoje limitado a R$ 150 mil por safra;
- Preço mínimo que leve em conta os custos de produção e que seja pago direto ao agricultor;
- Implantação de mecanismos de apoio às exportações;
- Reforma tributária;
- Adoção de crédito rotativo
- Renda
- Solução dos passivos.
Os produtores rurais estão sem renda e isso tem que mudar. É urgente que se busque soluções para os problemas do setor através de uma política séria e de acordo com a realidade de cada estado.
Veja abaixo as fotos.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Grupo de Trabalho Técnico define pauta coletiva

1 - Seguro - Seguro de produção e não de crédito; Cobertura pela média da produtividade individual do produtor; Seguro para todos os eventos não controláveis pelo produtor; Prêmio calculado por estudos autorais com a participação dos setores envolvidos; Aumentar o percentual de subvenção ao prêmio do seguro para 80%; Promover dotação orçamentária para a subvenção do prêmio; Aumentar o percentual de cobertura; Reduzir o percentual de perda mínima; Abertura do mercado para seguradoras estrangeiras.
Proagro: Contemplar o plantio direto com alíquotas diferenciadas e amparo de 100% do valor financiado; Definir orçamento específico por cultura que contemplem o custo operacional; Aumentar o limite de cobertura de acordo com o limite financiável por cultura.
2- Renda
3- Solução do passivo

terça-feira, 27 de julho de 2010

Federações fecham pauta de mobilização

As reivindicações da mobilização de produtores marcadas para o dia 10 de agosto serão definidas hoje por técnicos da Farsul, Federarroz, Aprosoja e Fecoagro. Segundo o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, os pontos devem trazer alternativas para garantir renda ao produtor. "Uma das propostas é que se estabeleça montante de compra mínima do governo para manter o equilíbrio do mercado." As medidas serão relacionadas em documento que será entregue ao governo federal. Sperotto destaca que a Farsul propôs ontem, em reunião da CNA, em Brasília, que os demais estados façam uma mobilização no mesmo dia. "Cada um terá sua pauta, mas relacionada ao mesmo tema." A CNA ainda não confirmou a adesão.

Fonte: Correio do Povo

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A hora é agora

Produtores rurais e Sindicato de todo o estado deverão se dirigir a Porto Alegre dia 10 de agosto. Um grande dia para o setor agropecuário, dia de mostrar sua força.

A condição dos produtores rurais vem se agravando ano após ano. Qualquer setor quando se sente lesado protesta, isso acontece com os professores, brigada militar, indústrias, etc. Prova disso é a crise que se instalou ano passado. Porque o governo baixou os impostos (IPI) dos carros e de alguns eletro-domésticos? Porque ele precisava garantir a venda destes produtos e com isso atenuar o impacto da crise. Já no setor agropecuário, após a securitização de 1995, o governo não fez nada alem de prorrogar parcelas de custeios e investimentos, e isso não resolve o problema, apenas adia. O que o produtor precisa é de garantia de renda. Toda a empresa quando define o valor de comercialização dos seus produtos observa seus custos e embute no preço final sua margem de lucro, assim fazem os vendedores de insumos, as indústrias, o comércio, etc. Somente o produtor rural parece não ter esse direito. Já se perguntaram qual é o preço de se ter comida mais barata nos mercados? A resposta é a tecnologia. Mas tecnologia custa caro, não é de graça. Em 1994 eram produzidos R$ 76 milhões de toneladas de grãos no Brasil, hoje são produzidos R$ 147 milhões de toneladas. A produção aumentou 85,53% e a área plantada 23,08%. Aumento de 50,92% na produtividade e quem está pagando a conta desse aumento de produtividade é o produtor. Isto, aliado aos altos custos de produção, a falta de preço mínimo praticável e as incertezas do clima, fizeram do produtor rural um transferidor de renda, ele produz para os outros ganharem dinheiro. O setor está cansado disso. Os juros não condizem com a liquidez da atividade, as garantias exigidas são muito maiores do que o valor custeado. Está na hora do governo resolver esta situação.
A HORA É AGORA, TODOS JUNTOS, DIA 10 NA CAPITAL DO RIO GRANDE!

MANIFESTO EM PORTO ALEGRE, DATA FOI MARCADA

Ontem (21/07/2010) em reunião realizada na Farsul com a Federarroz, Aprosoja e Fecoagro, foi marcada a data do MANIFESTO em Porto Alegre, esta é a primeira grande mobilização originada da reunião realizada dia 21 de junho em Santiago. SERÁ DIA 10 DE AGOSTO, COM INÍCIO AS 9 HORAS, NA PRAÇA EM FRENTE A FARSUL - Praça Professor Saint Pastous, 125, Cidade Baixa - Porto Alegre - RS. Foi formado também um grupo de trabalho para identificar as demandas de forma conjunta, a primeira reunião do grupo será dia 27 de julho em Porto Alegre.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Resultado da reunião na Farsul

Na reunião realizada dia 16 de julho na Farsul, onde estiveram presentes representantes de todos os Sindicato Rurais do estado, a Farsul decidiu apoiar o movimento dos Sindicatos, Federarroz e Aprosoja que pede renda para o setor agropecuário. Depois de consultar suas regionais e de a maioria manifestar que a situação do setor está difícil, a Farsul irá apoiar as ações que serão realizadas. Ficou decidido que no início de agosto será realizado um manifesto em Porto Alegre, a data será divulgada até o final desta semana. Deverão ir até a capital do estado milhares de produtores rurais. É o setor agropecuário mostrando sua indignação diante das adversidades sofridas nos últimos anos.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Projeto que prevê subsídio a produtores volta à pauta - 14/07/2010

Em pleno período de campanha eleitoral, a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados resgatou um projeto de lei que pode resultar em uma despesa de no mínimo R$ 25 bilhões por ano aos cofres do Tesouro Nacional.

A proposta do deputado Carlos Melles (DEM-MG) prevê a concessão de subsídio direto ao produtor de R$ 500 por hectare de área cultivada ou explorada com atividades agropecuárias. A subvenção poderia ser atualizada a cada dois anos até o limite de R$ 750 e o produtor continuaria a receber outros subsídios, como os aplicados ao seguro rural ou ao escoamento da safra.

Além disso, o governo poderia fixar adicionais a culturas "ricas em proteínas". Estima-se que a medida beneficiaria 50 milhões de hectares, o equivalente à atual área cultivada com grãos, fibras e cereais em todo o país.

Em audiência na Câmara, um grupo de deputados reuniu ontem representantes de instituições ligadas ao agronegócio para acelerar a tramitação da proposta. "Nossos dirigentes são atrasados", afirmou Melles, ao classificar de "moderno" o projeto. "Por que temos tanto subsídio na área urbana e nada na área rural? Não temos nem uma agência reguladora do agronegócio".

Para ter direito ao subsídio, o produtor não poderia estar inadimplente com o fisco ou bancos oficiais, além de atender a regras trabalhistas, ambientais, alimentícias, sanitárias, do zoneamento agrícola e bem-estar animal. O dinheiro seria embolsado até 31 de março de cada ano.

O benefício, criado para "mitigar" efeitos negativos do clima, cambiais, de mercado e de crédito, seria suspenso somente se os principais países produtores e exportadores de alimentos revogassem os subsídios diretos aos seus produtores.

O projeto não especifica impactos sobre preços da terra e a tendência de concentração desse ativo, além de evitar detalhes técnicos de rotação de culturas ou o modelo de pecuária. Mesmo assim, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) fez apelos aos ruralistas para criar "um clamor e um movimento coordenado" para aprovar a proposta na Câmara.

"Precisamos dar um freio de arrumação, pressionar em momento de campanha, mostrar força", afirmou. E elencou os problemas do setor: "Temos o menor preço nos últimos 10 anos para milho, soja, arroz e algodão. Tivemos perdas de R$ 12 bilhões só na comercialização da safra em 2010 e 70% dos produtores não têm acesso ao crédito porque renegociou dívida, ou está no Serasa, ou no Cadin", afirmou.

Caiado disse que "ninguém tem como pagar" a dívida, que hoje somaria R$ 100 bilhões, por causa de efeitos adversos do câmbio, clima e mercado. "Esses não são problemas do produtor", disse.

O deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) reafirmou a necessidade do projeto. "Temos que ter um 'seguro-renda', sob pena de não termos mais produtores no Brasil", disse. "Tem dinheiro para isso? Não sei. Mas o produtor não pode pagar essa conta sempre", disse o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS).

A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) apoiou a iniciativa. "Nos últimos anos, mais de 20 mil produtores saíram da atividade porque o retorno é incerto. Podemos subvencionar pela terra ou pelo produto, isso é de extrema importância", disse a superintendente técnica da CNA, Rosemeire dos Santos.

As cooperativas também aplaudiram. "Temos que evoluir para garantir renda, prêmios por produtividade. E a sociedade tem que bancar isso ao setor rural porque tem dívida com os produtores", afirmou o gerente de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Evandro Ninaut. "É um projeto oportuno, necessário, mas precisa adaptações às condições nacionais".

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) não só concordou como aconselhou a estratégia de comunicação: "Não vamos usar [a palavra] subvenção. Vamos usar renda", disse Luiz Antônio Pinazza, da GV Agro e diretor da Associação Brasileira do Agribusiness (Abag).

"E chama o [Carlo] Lovatelli [presidente da Abag]. O agronegócio não quer matar o cliente dele. Não viu o show que foi o Código Florestal? Mostrou para a sociedade a importância do tema", disse Pinazza.

Autor: Mauro Zanatta

Fonte: Site Aprosoja

IMPORTANTE FICAR ATENTO, ACOMPANHAR E PRECIONAR PELA VOTAÇÃO DESTE PROJETO TÃO IMPORTANTE PARA O SETOR AGROPECUÁRIO. SERIA A LUZ NO FINAL DO TÚNEL?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Vale a pena Ler...Desabafo de um produtor do Pantanal

Carta aberta à senadora Kátia Abreu - 25 de Junho de 2010


Recentemente, me encontrava no Pantanal trabalhando com gado, como de praxe nos períodos de vacinação e reforço. Nós, pantaneiros, prezamos pela vacinação do nosso rebanho, daí a ausência de focos de aftosa nos últimos anos. No entanto, tive a oportunidade de ler a entrevista veiculada na revista VEJA (28/04/2010) da nossa representante mor do agronegócio brasileiro, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Confesso que senti orgulho de ser o pecuarista e pantaneiro que sou, pois faço parte da quarta geração de ocupantes deste longícuo Pantanal sul-mato-grossense. Mais precisamente, da região da Nhecolândia, nome de difícil pronúncia, mas que faz jus ao nosso pioneiro e desbravador, Sr. Joaquim Eugênio Gomes da Silva, o Nheco, daí o nome originário desta que é segunda maior sub-região pantaneira.

O Pantanal, como todo o Brasil, tem sua história e cultura extremamente presente em suas origens, porém, por falta reconhecimento e políticas governamentais. Os políticos se esqueceram da existência dos legítimos pantaneiros e, consequentemente, estamos entrando para a lista de extinção de um povo. Acabar com o homem pantaneiro é acabar com o Pantanal. Infelizmente esse não é o pensamento e a preocupação de algumas ONG’S que se dizem ambientalistas, mas desconsideram e descriminam quem sempre preservou o Pantanal.

Pela primeira vez, nos últimos anos, alguém levanta a bandeira e quebra os paradigmas existentes a respeito do agronegócio. Alguém tomara para si a responsabilidade de resgatar e difundir as verdades sobre o setor que contribui com o PIB brasileiro. E esse alguém precisou ser uma mulher. Que vem exercendo este papel de liderança com desenvoltura e competência junto a presidência da CNA. Acredito neste novo momento pela qual estamos passando, basta esclarecer a toda a população que o leite não vem da caixinha “tetra park”, que a carne não é só embalada a vácuo e que existe uma cadeia produtiva organizada. Uma produtividade que assusta as grandes potências mundiais. Aliás, no quesito agronegócio nós já somos uma potência inquestionável, imagine se recebêssemos os subsídios que os produtores rurais do outro lado do mundo recebem de seus governos. Onde é que o Brasil iria parar?

A senadora Kátia Abreu foi muito feliz em desafiar os representantes governamentais a administrar uma propriedade rural independentemente do tamanho e localização. Os respectivos administradores devem cumprir com as leis trabalhistas brasileiras, e principalmente, com as exigências ambientais, tais como: apresentação da cadeia dominial, georeferenciamento da propriedade (dependendo da época e do aparelho de GPS, temos que refazer o trabalho já apresentado ao INCRA, não sei se a lua influencia nessas exigências, mas a todo instante se cria uma nova normativa, o que vale no dia de hoje poderá não valer daqui a alguns meses), e por último, a reserva legal averbada e georeferenciada. Tudo com prazo a cumprir, mas a resposta desses trabalhos vem a perder de vista, com a demora de alguns anos para recebermos a certificação da propriedade. Haja dinheiro e paciência para arcar com todas essas exigências.

Sugiro então, que seja o Pantanal a cobaia de tal experiência administrativa senadora Kátia Abreu. Assim eles desistiriam logo de cara porque aqui é longe e faz muito calor, mas quando esfria, faz frio mesmo. Tem mosquito em certas épocas do ano, como expressa um legítimo pantaneiro quando perguntado sobre a intensidade da enchente, respondendo de maneira simples, objetiva e principalmente verdadeira: “Se chover enche, se não chover, não enche”.

Assim é o Pantanal. Nós não temos estradas, mas sim ”acessos”, a telefonia está mais para “MORTA” do que para “VIVO”. Probleminhas que fazem parte do nosso dia-a-dia enquanto pantaneiro, que não é para qualquer um. Perdoem-me o esquecimento, faltou-me citar a mão-de-obra local: com tantos “VALES” oferecidos pelo governo assistencialista e populista nas cidades, contratar um peão está ficando cada vez mais difícil. É o incentivo ao inquestionável êxodo rural em vigência. Quem sabe os nossos “experientes administradores” possuam alguma fórmula secreta em administrar uma propriedade rural a longa distância, desenvolvida em alguma sala em Brasília. Com ar condicionado, lógico! Achando que administrar uma propriedade é igual ao game famoso da internet “farmville”, onde para administrar uma propriedade basta apenas clikar num botão.

O governo nos exige cumprir leis, mas se esquece da aplicação da teoria aliada à prática, desprezando a imensidão e características próprias de cada bioma brasileiro, e não são poucos os biomas. Recentemente, participei da audiência pública em Corumbá/MS a respeito do Código Florestal. Essa discussão é séria. Nós dependemos dessa aprovação e regulamentação para sabermos o que podemos fazer ou não com as nossas propriedades. Eu tenho algumas dúvidas que provavelmente não são apenas pertinentes a mim, mas a todos os produtores rurais. Cito como exemplo o tema sobre a reserva legal de 20% aqui em Mato Grosso do Sul e me pergunto se poderemos ou não criar o nosso gado nessa invernada destinada a preservação. Tratando-se do Bioma Pantanal, intacto mesmo após 200 anos de ocupação entre o homem e a pecuária, essa dualidade é de valor imensurável e indiscutível na sobrevivência do meio ambiente pantaneiro, mas pouco considerada por falta de conhecimento de causa. Mas caso persista a negativa da não ocupação sustentável das reservas legais, quero saber quem vai arcar com a autorização, contratação de empreiteiro, aramados e manutenção das cercas que deverão fechar a reserva legal? E se pegar fogo na reserva e queimar o meu campo, quem será responsabilizado? Precisamos agir com responsabilidade, equilíbrio e principalmente com bom senso considerando a realidade rural brasileira de cada bioma. Reitero aos nossos governantes que jamais se deve desprezar a realidade.

Este ano temos eleição e quero convocar a todos os cidadãos que façam valer a força do voto. O agronegócio está reagindo e vai mostrar a sua força. Exercendo com dignidade a profissão de produtor rural e se orgulhando disso com muita honra. O Brasil só tende a ganhar. PT Saudações.


OTÁVIO AUGUSTO COSTA DE LACERDA
Produtor Rural Pantaneiro - MS
E-mail: pantanal2005@hotmail.com

Exemplo a ser seguido...

A cadeia orizícola pretende criar um fundo setor para campanhas de estímulo ao consumo de arroz no país. Este é um dos itens que serão avaliados até 15 de agosto para compor a agenda estratégica do setor até 2015. O tema foi tratado, ontem, pela Câmara Setorial do grão, em Brasília.

Fonte: Correio do Povo

União Europeia amplia espaço para carne do Brasil

A União Europeia (UE) autorizou o Brasil a indicar fazendas para serem habilitadas a exportar carne bovina para o bloco. A medida foi anunciada pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi que concluiu, ontem, com representantes do setor, uma série de reuniões com autoridades do bloco, em Bruxelas. O veredito final sobre as propriedades, no entanto, continua sendo da UE, que hoje tem exclusividade na composição desta lista. "Os europeus se propuseram a aceitar as fazendas, ficando com o direito de inspecioná-las a qualquer momento", explicou Rossi

Segundo o ministro, o assunto foi acordado na esfera política e, a partir de agora, os detalhes sobre a ampliação da lista serão acertados entre as equipes técnicas do Brasil e da Europa. Atualmente, segundo o Mapa, há 2 mil propriedades brasileiras credenciadas pela UE. "O número é pequeno e precisamos ampliá-lo rapidamente", destacou Rossi. Na sua avaliação, a medida será benéfica porque o sistema atual de rastreabilidade limitou muito a quantidade de propriedades credenciadas, o que interferiu no resultado das exportações para o bloco desde 2008.

A missão também traz boas notícias com relação ao cumprimento da Cota Hilton para o Brasil. "Tivemos dificuldades de atendê-la no passado, mas vamos ter, em meses, solução para que Brasil possa cumpri-la no próximo ano", comentou Rossi. Embora não especifique de que modo irá proceder neste sentido, disse que havia razão para a linha mais dura com o país no passado, mas hoje não há mais justificativas para tal atitude da UE. Atualmente, o Brasil tem uma fatia de exportação de 10 mil toneladas de cortes nobres bovinos para o bloco dentro da Cota Hilton. Mas, desde julho do ano passado, só conseguiu exportar cerca de 10% desse total. Dentro da norma, os exportadores pagam tarifa única de 20%. Fora dela, há imposto de 12,8% e os exportadores pagam mais 3.041 euros/ tonelada.

Rossi ainda recebeu confirmação de visita do comissário de Agricultura e Desenvolvimento Rural da União Europeia, Dacian Ciolos ao Brasil. O europeu destacou que vê com bons olhos os esforços do Brasil para ampliar sua produção, enquanto mantém iniciativas para preservar o meio ambiente e garantir a sustentabilidade de seus recursos naturais.


Fonte: Correio do Povo

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Trigo...

O Ministério da Agricultura – MAPA reduziu o preço mínimo do trigo em 10%, com essa redução os triticultores gaúchos podem perder R$ 50 milhões. Já foi impetrado ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF), pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep), mandado de segurança contra a portaria 478/2010 do Mapa. A Farsul irá aderir por meio de petição. Os triticultores querem que seja praticado o mesmo preço de 2009, R$ 31,80 a saca para o trigo tipo pão e R$ 26,43 para o tipo brando. O que se alega, é que a safra já estava plantada quando o Mapa anunciou a redução do preço mínimo.

Código Florestal - o que mudou

CÓDIGO FLORESTAL

A comissão especial que analisa o projeto de lei 1.876/99 de reformulação do Código Florestal aprovou dia 06/07 o texto base do relator Aldo Rebelo. Rebelo disse que as mudanças tiveram como objetivos principais a consolidação das áreas já ocupadas pelas atividades agropastoris e a regularização dos imóveis. O coordenador da Comissão de Silvicultura da Farsul, Ivo Lessa, avalia que das 440 mil propriedades do RS até 80% devem ser beneficiadas por terem até quatro módulos fiscais. Neste caso, o agricultor fica isento de averbar a Reserva Legal. Para ele faltou contemplar a regularização de APPs pelo Estado. "Vamos analisar o texto e ver o que é preciso buscar."

PRINCIPAIS MUDANÇAS TRAZIDAS PELO PROJETO 1.876/1999

São áreas de preservação permanente (APP): faixas marginais de qualquer curso d''água natural, desde a borda do leito menor, em largura mínima que varia de 15 metros a 500 metros (era de 30 m a 500 m); entorno de reservatórios d''água artificiais, nascentes e olhos d''água; encostas ou partes delas, com declividade superior a 45º;

Não é considerada APP a várzea fora dos limites previstos nas faixas marginais, a menos que o poder público disponha em contrário;

Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a um hectare fica dispensada a APP;

É permitido acesso de pessoas e de animais às APPs para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental;

É permitido o uso de várzeas em sistemas de exploração sustentáveis, sendo a supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo condicionada à autorização do Estado;

Não é permitida a conversão de floresta nativa situada em áreas de inclinação entre 25° e 45° para uso alternativo do solo, sendo permitido manejo florestal sustentável; O Conama reconheceu como consolidadas atividades de pastoreio extensivo, produção de espécies lenhosas e frutíferas.

Os imóveis rurais, exceto até quatro módulos fiscais, devem possuir Reserva Legal. No RS, o percentual deve ser de 20%; Pela MP 2166/01 todos os imóveis deveriam ser averbados;

Poderá ser instituída Reserva Legal em regime de condomínio ou coletiva, respeitados os percentuais;

Programa de Regularização Ambiental (PRA) dará prazo limite para averbação de Reserva Legal. Serão beneficiadas propriedades que tiveram vegetação nativa suprimida irregularmente antes de 22 de julho de 2008. O PRA deve ser promulgado em até cinco anos. Neste período, fica assegurada manutenção de atividades consolidadas, vedada expansão. A partir da inscrição no cadastro estadual fica suspensa cobrança de multas de infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008.
Agora falta a aprovação da Câmara (novembro), Senado e sanção do Presidente.

Conhecendo:

Módulo Fiscal de Panambi – 20 há – 4 módulos = 80 hectares
Módulo Fiscal de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó – 35 há – 4 módulos = 140 hectares

Módulo fiscal
Não se deve confundir módulo rural com módulo fiscal. O módulo fiscal é uma unidade de medida, também expressa em hectare, fixada para cada município, instituída pela Lei nº 6.746, de 10 de dezembro de 1979, que leva em conta:

• tipo de exploração predominante no município;
• a renda obtida com a exploração predominante;
• outras explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam expressivas em função da renda ou da área utilizada;
• conceito de propriedade familiar.

Classificação dos Imóveis
Atualmente, o módulo fiscal serve de parâmetro para a classificação fundiária do imóvel rural quanto a sua dimensão, de conformidade com art. 4º da Lei nº 8.629/93, sendo:

• Minifúndio: imóvel rural de área inferior a 1 (um) módulo fiscal;
• Pequena propriedade: imóvel rural de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais;
• Média propriedade: imóvel rural de área compreendida entre 4 (quatro) e 15 (quinze) módulos fiscais;
• Grande propriedade: imóvel rural de área superior a 15 (quinze) módulos fiscais.

Reusultado reunião 08/07

Em reunião realizada ontem (08/07) na Farsul, onde estiveram presentes diversos representantes de Sindicato Rurais, FETAG, Federarroz e Aprosoja, o presidente Sperotto comunicou que está se reunindo com as suas regionais e consultando sobre a situação dos produtores rurais. Para apresentar a conclusão desta pesquisa foi marcada uma reunião para o dia 16 de julho, na Farsul, com a presença de todos os presidentes de Sindicatos, a partir daí serão decididas às próximas ações. No dia 19 haverá reunião na CNA com a presidente Kátia Abreu, os Sindicatos do RS querem seu apoio e presença nos movimentos que serão realizados. Está se avaliando a realização de uma mobilização no estado ainda no mês de julho. Nestas reuniões será decido o futuro do CAMINHONAÇO.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mobilização...

Amanhã (08/07) os organizadores e apoiadores do Caminhonaço estarão reunidos em Porto Alegre, a partir das 10 horas, em frente a Assembléia Legislativa, esta mobilização foi organizada em apoio aos arrozeiros que terão uma audiência pública, em pauta a comercialização do arroz safra 2009/2010 e as dificuldades que o setor arrozeiro vem enfrentando, na sequência haverá uma reunião que definirá o futuro do Caminhonaço. Aguardamos as novidades para sexta-feira.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

+ divulgação...Região promete novo ‘Caminhonaço’ para protestar contra o governo

O jornal Folha de São Borja (http://www.folhadesaoborja.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=941%3Aregiao-promete-novo-caminhonaco-para-protestar-contra-o-governo&Itemid=151) também divulgou...

Região promete novo ‘Caminhonaço’ para protestar contra o governo
Dezenas de produtores de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó, todos próximos de São Borja, liderados pelo Sindicato Rural que congrega os três municípios, preparam a realização de um ‘Caminhonaço’ a Brasília. A intenção é chegar com pelo menos 350 caminhões à capital federal, em 10 de agosto, para reivindicações. O movimento está sendo construído e espera adesão de outros produtores da região... O movimento iniciou dia 21 de junho em Santiago e deve culminar com a chegada do Caminhonaço a Brasília dia 10 de agosto. A meta é reunir cerca de 350 caminhões e na pauta os produtores pretendem colocar a proposição de uma nova lei aos moldes da lei 9.138 com limites compatíveis - até R$ 1 milhão na Securitização e acima no Pesa, 5 anos de carência, 20 anos para pagar, juro 2% e rebate de 40%; Garantia de Renda para que se cumpra a lei que garante renda para o produtor; e na área do meio ambiente, definição da lei ambiental condizente com a realidade de cada estado. As dívidas acumuladas do setor agrícola somam R$ 110 bilhões, destes, R$ 1,28 bilhão são dívidas de produtores gaúchos, diz o Sindicato Rural de Santiago.
OUTROS PROTESTOS
O primeiro "Caminhonaço" foi realizado em julho de 1995 e que ficou marcado como a maior demonstração de protesto da história da agricultura brasileira. A iniciativa partiu de São Borja, através da Associação dos Arrozeiros e do Sindicato Rural, mas acabou envolvendo produtores de 18 estados. Dia 19 de julho de 1995, centenas de caminhões tomaram conta de Brasília e provocando reações imediatas do governo federal e parlamentares na busca de solução dos problemas enfrentados pelo setor primário. Naquela época, o endividamento dos produtores e queda drástica de renda da agricultura foram a principais razões do protesto. Em 1999, um novo “Caminhonaço” foi realizado, mas com menor intensidade, mas praticamente com os mesmos objetivos.
Por aqui os últimos protestos de produtores ocorreram na Ponte da Integração com o bloqueio do trânsito.

Caminhonaço está na mídia...

No site http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=70131 foi divulgado o Caminhonaço.

Publicado em 23/06/2010 07:30

Caminhonaço de produtores gaúchos em Brasília protesta por solução para endividamento
Produtores gaúchos devem chegar a Brasília no dia 10 de agosto com 350 caminhões. O Caminhonaço é organizado pelo Sindicato Rural de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó. "Produtores de todas as culturas estão com problemas de endividamento e precisamos de solução", disse o presidente do sindicato, Sandro Cardinal. Ele espera ter a adesão de outras regiões à mobilização.

Fonte: Correio do Povo

Caminhonaço...

A Jornalista Ana Amélia Lemos está divulgando em seu site: www.anaamelialemos.com.br o caminhonaço...

"Mais de 350 caminhões já foram cadastrados para participar a partir de 10 de agosto, em Brasília, do Caminhonaço organizado pelo Sindicato Rural de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó (Região Fronteira Oeste do RS), com a adesão de mais de 40 entidades. “Além do Rio Grande do Sul, produtores rurais do Paraná e São Paulo já confirmaram presença no caminhonaço que pretende cobrar do governo melhores condições e mostrar à sociedade a situação vivida pela categoria”, disse a este blog o vice-presidente do sindicato, Alexandre Peixoto Forster. Os produtores exigem soluções do governo em relação à queda de renda de agricultores, pecuaristas, fruticultores, entre outros setores ligados ao campo, com base em um estudo feito pelo Sindicato Rural tomando como referência o comportamento de custos e preços dos produtos nos últimos dez anos. Além da renda, a renegociação das dívidas e a definição de leis ambientais condizentes com cada Estado serão pautas abordadas pelos produtores no manifesto. “Será um protesto pacífico, mas enquanto o governo não resolver não sairemos de lá”, prometeu o vice-presidente. As informações atualizadas sobre o Caminhonaço vêm sendo divulgadas diariamente no blog criado na internet (http://caminhonaco.blogspot.com)".

Agradecemos o apoio.

Problema de todos...

Imagine-se um hipotético indivíduo que doravante chamaremos de Sr. Oliveira.


O Sr. Oliveira é um homem comum. É um pai de família. Habita uma região metropolitana que poderia ser São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte ou Recife ou alguma outra grande cidade. Tem um emprego em uma instituição financeira, ou em uma revendedora de peças por exemplo. Pertence àquela classe média ligeira, que além de trabalhar 4 meses por ano de graça para o governo esforça-se para pagar as contas de aluguel, escola, natação e inglês dos filhos, plano de saúde, o guarda da rua e outros pormenores no fim do mês.

O Sr. Oliveira levanta-se de manhã e veste-se com roupas de algodão, algodão esse crescido nos campos de Chapadão do Sul, MS e processado em Blumenau, SC. Talvez esteja um pouco frio, e ele use um pulôver de lã de ovinos criados em São Gabriel, RS e fabricado em Americana, SP. Calça seus sapatos de couro vindo de bois do Mato Grosso, e fabricados em Novo Hamburgo, RS.

Ele toma café da manhã, com ovos vindos de Bastos, SP, leite de uma cooperativa do Rio de Janeiro, broa de milho colhido em Londrina, PR, um mamão vindo do Espírito Santo, suco de laranja de Araraquara, SP e um cafezinho vindo direto de São Lourenço, MG.

Ele lê um jornal, impresso em papel feito de eucalipto crescido em Três Lagoas, MS.

O Sr. Oliveira entra em seu carro, abastecido com álcool de cana de açúcar produzida em Piracicaba, SP, com pneus de borracha saída dos seringais de São José do Rio Preto, SP.

Enquanto ele vai ao trabalho, a Sra. Oliveira vai às compras nos supermercados do bairro, sempre pesquisando os melhores preços das frutas, das verduras e da carne para não apertar o orçamento familiar.

No almoço, o Sr. Oliveira come um filé de frango criado no Paraná, alimentado com soja de Goiás e milho do Mato Grosso, com molho de tomate de Goiás. Tem arroz do Rio Grande do Sul, feijão dos pivôs do oeste baiano. Tem salada das hortas de Mogi das Cruzes, SP. Suco de uvas do Vale do São Francisco e de sobremesa goiabada feita com goiabas de Valinhos, SP e açúcar de Ribeirão Preto, SP, e queijo de Uberlândia, MG. Outro cafezinho dessa vez da Bahia.

Hoje a noite é de comemoração. Sua empresa fez um corte de pessoal mas felizmente o Sr. Oliveira manteve o emprego. Ele leva a esposa jantar fora. Vinho do Vale dos Vinhedos gaúcho. Presuntos e frios de porco criado em Santa Catarina, alimentado com soja paranaense, filet mignon de bois criados no Sul do Pará. Chocolate produzido com cacau do sul da Bahia. E outro café de Minas, adoçado com açúcar pernambucano.

O Sr. Oliveira é um homem razoavelmente informado e inteligente. No dia seguinte ele lerá os jornais novamente. Pelos jornais ele ficará sabendo que há conflitos em terras indígenas recentemente demarcadas e fazendeiros cujas famílias foram incentivadas a ocupar aquelas terras há décadas atrás. Pelos jornais ele ficará sabendo que a pecuária é a maior poluidora do país (embora ele mesmo tenha o sonho de um dia abandonar a cidade poluída e viver no campo por uma qualidade de vida melhor). Pelos jornais ele tem notícias de invasões de terras, de conflitos agrários, de saques e estradas bloqueadas (o Sr. Oliveira é a favor da reforma agrária, embora repudie a violência). Pelos jornais ele toma conhecimento de ações do Ministério Público contra empresas do agronegócio (ele não entende que mal há em empresas que ganham dinheiro). Pelos jornais ele acha que a Amazônia está sendo desmatada por plantadores de soja e criadores de boi.

Mas o Sr. Oliveira pensa que isso não tem nada a ver com ele.

Pois eu gostaria de agarrá-lo pela orelha, e gritar bem alto, de megafone talvez, não um, nem dez, mas mil megafones que TUDO ISSO É PROBLEMA DELE SIM !

Gostaria de lhe dizer que a agropecuária está presente em todos os dias da vida dele.

Gostaria de lhe dizer que a produção agrícola gera um terço do PIB e dos empregos do país. Gostaria de lhe dizer que quem diz que a pecuária polui mente descaradamente.

Gostaria de lhe dizer que sob a palatável desculpa dos direitos humanos, querem acabar com o direito de propriedade, arruinando qualquer futuro para o agricultura brasileira.

Gostaria de lhe dizer que querem transformar 2/3 do país em reservas e parque que estão sendo demarcados sobre importantes reservas minerais e aqüíferos subterrâneos essenciais para o futuro do país.

Gostaria de lhe dizer que a agricultura ocupa apenas 7,5% da superfície do país, e que mesmo assim somos os maiores exportadores do mundo de carne, soja, café, açúcar, suco de laranja e inúmeros outros produtos.

Gostaria de lhe dizer que podemos dobrar ou triplicar a produção pecuária do país sem derrubar uma árvore sequer.

Gostaria de lhe dizer que produtores rurais não são a espécie arrogante e retrógrada que os canalhas dizem que são. São gente que está vivendo em lugares onde você não se animaria a viver, transitando por estradas intransitáveis e mortais, acordando nas madrugadas para ver nascer um animal, rezando para chover na hora de plantar e para parar de chover na hora de colher, com um contato e um conhecimento da natureza muito maior do que o seu. São gente cujos antepassados foram enviados às fronteiras desse país para garantir que esse território fosse nosso, foi gente incentivada a abrir a mata, abrir estradas, plantar e colher, às vezes por causa do governo, às vezes apesar dele.

Gostaria enfim de gritar a plenos pulmões, que qualquer problema que afete um produtor rural, uma empresa rural, uma agroindústria É UM PROBLEMA DELE, DO PAÍS E DO MUNDO.

Sim, porque no mesmo jornal que o Sr. Oliveira leu, há uma nota de rodapé que diz que há 1 bilhão de pessoas no mundo passando fome.

E grito finalmente para o Sr. Oliveira e tantos outros iguais a ele: ABRA OS OLHOS! e desconfie daqueles que querem transformar a produção rural em uma atividade criminosa.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Meio Ambiente - Reserva Legal

Carta do Zé Agricultor para Luis da Cidade

Luis, quanto tempo!

Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite
De madrugada pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?

Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade.

To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.
Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro de uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?

Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né ...) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.

Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia,isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pran fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?

Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia.. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.
Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.

Até mais Luis.

Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta em papel reciclado pois não existe por aqui, mas aguarde até eu vender o sítio.

*(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.) *
"Na prática, a teoria é outra." Enviado pelo Sindicato Rural de Santo Ângelo - autor desconhecido.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Resultado Reunião Passo Fundo

Em reunião realizada ontem (29/06) em Passo Fundo, onde participaram as regionais 3 e 6 e o Sindicato Rural de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó, houve total apoio ao CAMINHONAÇO. Dando continuidade a mobilização dia 06 de julho o vice-presidente da Aprosoja Brasil, Juarez Londero, estará na sede da CNA em Brasília reunido com diversos produtores de soja e representantes da Aprosoja de todo o país, buscando adesão ao movimento.
Dia 08 de julho, às 10 horas, será realizado um manifesto em Porto Alegre na Assembléia Legislativa, em apoio aos arrozeiros que terão uma audiênca pública neste dia, na oportunidade também irá se divulgar o Caminhonaço. Na sequência os Sindicatos Rurais irão para a Farsul, onde se reunirão com o Presidente Sperotto.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Slides sobre Endividamento e Renda

Na seção de links sugeridos deste blog, entitulado SLIDES ENDIVIDAMENTO E RENDA, está disponível o material que foi compilado pelo Sindicato Rural de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó com a contribuição de várias entidades e instiuições.
Seu conteúdo mostra a realidade do RS com relação ao endividamento e a falta de renda dos produtores rurais.

Lembrando - Reunião Passo Fundo

Hoje (terça-feira 29/06), às 18 horas e 30 minutos acontece a reunião sobre o Caminhonaço no Sindicato Rural de Passo Fundo - 6ª Regional. Serão apresentados slides sobre o endividamento e renda do setor agropecuário e serão discutudas as demais questões relativas a organização do movimento. Sua participação é muito importante.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Como anda a carga tributária no Brasil

A carga tributária do ÓLEO DIESEL é de 68,07% - o litro de diesel custa R$ 1,95, sem o imposto custaria R$ 0,62.

Na ENERGIA ELÉTRICA a carga tributária é de 25% - numa conta de luz de R$ 100,00, retirando o imposto esta mesma conta seria de R$ 75,00, isto em ano representaria a economia de R$ 300,00.

Nos FERTILIZANTES a carga tributária varia entre 2 a 10 %

Para os DEFENSIVOS a carga tributária varia entre 8 a 14%

Fonte: Sistema Farsul


País Carga Tributária/PIB
Brasil* 36,36%
Estados Unidos 25,4%
França 43,7%
Itália 42,2%
Japão 25%
Noruega 44,9%
Suécia 50,7%
Fonte: IBPT * 3º Trimestre de 2008


Está se pagando hoje 73% mais de imposto do que há dez anos.
O pior é que os valores pagos não voltam em benefícios, como saúde, estradas, segurança e educação. Para se ter bom atendimento de saúde é preciso pagar plano de saúde privado, o mesmo acontece com a educação. As estradas Brasil a fora estão se terminado, salvo onde se paga pedágio. A segurança é precária, quem mais sofre são as grandes cidades, mas no interior já sente à insegurança também, hoje está se investindo cada vez mais em segurança particular. Logo para que temos que pagar tantos impostos? Para onde vai todo esse dinheiro?
O abuso da excessiva carga tributária não afeta somente os produtores rurais, existem 44 tributos sobre os alimentos, que juntos representam 34,7% do preço ao consumidor, ou seja, não fossem estes impostos os alimentos custariam 34,7% mais baratos para a população, nos Estados Unidos estes impostos não ultrapassam 7%.
Em 2008 foram arrecadados 1,056 trilhões em tributos, crescimento de 14,43% se comparado com 2007. Esse valor representa 36,54% do PIB (Produto interno bruto), neste mesmo período cada brasileiro pagou R$ 5.572,00 em tributos. A alta incidência de tributos sobre alimentos garantiu ao Brasil um título impossível de ser comemorado. O país é o que mais cobra impostos nesse setor em um ranking de 15 países ricos e emergentes, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). A média da carga tributária nacional embutida nos preços atinge 18,35% (Argentina 17,44%, Estados Unidos 9,75%, Colômbia 7,91%, Inglaterra, Irlanda, Hungria, Chipre e México 0% para alimentos industrializados)- considerando ICMS, PIS e Cofins, responsáveis por cerca de 70% do peso dos impostos sobre tudo o que o brasileiro consome. Se considerarmos IR, IPI e INSS a tributação média do Brasil chega a 26,52%.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

PROGRAMA A VOZ DO CAMPO

Acompanhe amanhã (26/06) a partir das 7 horas e 30 minutos com transmissão ao vivo pela Rádio Verdes Pampas (FM 102,1 - http://www.verdespampas.com.br/) o programa A Voz do Campo com o radialista Marcelo Brum. O programa que é realizado todos os sábado acontecerá amanhã na Agropecuária Sobradinho do produtor rural Omar Wenning. Estarão presentes produtores rurais, representantes de Sindicatos Rurais e autoridades ligadas ao setor. O tema deste programa será o CAMINHONAÇO. Quem quiser pode participar ao vivo pelo fone: 55-3251-6682.

EU VOU E VOCÊ?

CAMPANHA NACIONAL

DIA 10 DE AGOSTO – BRASÍLIA EU VOU

E VOCÊ, VAI JUNTO OU VAI FICAR AÍ PARADO SEM FAZER NADA?

Entrevista Canal Rural - Mercado e Cia

Hoje dia 25/06 o Sr. Juarez Londero, Presidente do Sindicato Rural de Giruá e Vice-Presidente da Aprosoja Brasil, será entrevistado pelo João Batista do programa Mercado e Cia do Canal Rural. A entrevista será ao vivo as 13 horas e 30 minutos, vale a pena conferir.

O Campo pede Ajuda

Este texto foi publicado pela Jornalista Mônica Leal que já é seguidora do nosso Blog.
http://monicalealrs.blogspot.com/

"Soube, através do meu amigo Ruy Gessinger, que se forma um forte movimento na região de Santiago, sobre as vicissitudes dos agricultores e pecuaristas. Acessei o blog do "Caminhonaço" e quero dizer que estou dando todo apoio a esse pessoal sofrido que nem a renda mínima tem. Um abraço a todos os dirigentes e integrantes dos Sindicatos Rurais de Santiago e região. E podem ter certeza de que Ana Amélia e eu vamos participar desse movimento!


Vale conferir o blog: http://caminhonaco.blogspot.com/"

Obrigado pelo apoio!

Força à produção rural, força ao caminhonaço

Este artigo foi publicado ontem pelo nosso amigo e produtor rural Dr. Ruy Gessinger...
http://blog.gessinger.com.br/

"Aos meus amigos e amigas, leitores do meu blog! É muito importante, para todo o cidadão, estar bem informado sobre tudo, inclusive sobre os problemas da agricultura. Há quem diga que passamos chorando. Mas a realidade está acabando conosco.

Recomendo que acessem o recém criado blog
http://caminhonaco.blogspot.com

E já vou avisando que vou participar do caminhonaço!"

Dr. Ruy, obrigado pelo apoio, juntos faremos a diferença!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Convite para reunião - Passo Fundo

Dando sequência as ações em prol da adesão ao CAMINHONAÇO as 18 horas e 30 minutos do dia 29/06 (terça-feira) haverá uma reunião no Sindicato Rural de Passo Fundo. A 6ª Regional, presidida pelo Sr. Samir, está convidando a todos para participarem desta importante reunião. O Sindicato Rural de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó, a Aprosoja e demais Sindicatos da Regional 12 estarão presente.

Royalties - Monsanto perde a ação de agravo

Em decisão tomada ontem (23/06/2010) pela 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, a Monsanto perdeu a ação de agravo movida contra a ação instaurada pelos Sindicatos Rurais de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó, Passo Fundo e Sertão, com apoio da FETAG, que pede a suspensão da cobrança de royalties sobre a produção da soja trasgênica. Após a decisão favorável aos Sindicatos Rurais, à ação continuará correndo na justiça. Agora será realizada análise na soja produzida este ano, através desta análise irá se comprovar que o gene da soja produzida é o RR1, a patente deste gene já expirou, o que torna a cobrança ilegal. Caso o Juiz julgue a ação favorável, o que deve acontecer até o final deste ano, os produtores rurais não precisarão mais pagar os royalties e poderão requerer a devolução dos valores pagos retroativos a 2006. Só no Brasil em 2008, foram pagos pelos produtores 560 milhões de reais e em 2009 1 bilhão de reais. Se este dinheiro ficasse nas mãos dos produtores, seria um alento, visto que em muitos anos o lucro do produtor por saca de soja não chega a 2%.

Lei 9.138

Para quem quiser saber um pouco mais sobre os parâmetros da nova lei que se pretende criar é so acessar o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9138.htm

Dados Agrícolas - Endividamento

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Setor agropecuário está sem renda...

Em estudo divulgado pela FECOAGRO/RS, dia 16/06/2010 no jornal Correio do Povo, pode-se observar que o setor agropecuário está sem renda.
O MILHO com custo de R$ 18,99 a saca está sendo comercializado por R$ 15,74, prejuízo de 16,58%, o preço de comercialização da SOJA está 30% menor do que em 2009, na época era comercializada a R$ 47,00 a saca de 60kg, hoje está custando R$ 33,00. A realidade de Santiago, que colheu 30 sacas por ha, dados da EMATER, apresentou déficit de 2,64 sacas, isso significa que faltou 2,64 sacas para cobrir o custo da lavoura. Com o TRIGO a situação é ainda pior, não existe comercialização, o custo é de R$ 33,01 e o preço de venda é de R$ 21,56, prejuízo de 35%. O ARROZ de 20 anos analisados teve prejuízo em 13.
Na pecuária os dados também assustam: no sistema de CRIA de 11 anos analisados 8 apresentaram prejuízo, RECRIA E ENGORDA no mesmo período se observou prejuízos em 7 anos e no sistema de CICLO COMPLETO o pior resultado, de 11 anos analisados em 10 teve prejuízo.

Porque se instalou esta situação?

Já faz anos que os produtores rurais vêm enfrentando problemas que tem tolhido sua renda.
O clima e suas imprevisões geram insegurança para os produtores rurais, pois tanto na escassez como no excesso de chuvas, a produção acaba sendo prejudicada, este problema poderia ser facilmente resolvido com a criação de um seguro para as lavouras.
Outra questão é a dificuldade na comercialização e a falta de preço mínimo praticável, neste caso a solução é ter um preço mínimo para os produtos que remunere seus custos e que garanta renda para os produtores rurais poderem honrar seus compromissos, além disto é necessário que se garanta a comercialização da produção sem interferências externas.
O alto custo dos insumos, defensivos e do diesel, é outro fator importante neste contexto, que pode ser resolvido com a redução da carga tributária que é muito alta.
A verdade é que não existe uma política agrícola no Brasil e assim o setor "primeiro" fica a mercê do clima, do mercado e dos altos custos.
Toda a empresa quando define o valor de comercialização dos seus produtos observa seus custos e embute no preço final sua margem de lucro, assim fazem os vendedores de insumos, as indústrias, o comércio, etc. Somente o produtor rural parece não ter esse direito. Hoje o setor primário esta servindo como transferidor de renda para terceiros. Se está trabalhando de graça para o governo e para as multinacionais.

Produtores irão para Brasília...

Em reunião realizada dia 21/06 no Grêmio de Subtenentes e Sargentos da Guarnição de Santiago, com a presença de diversos Sindicatos Rurais, entidades ligadas ao setor agropecuário e Produtores Rurais, foi decidido que será realizado um novo caminhonaço até Brasília. Houve adesão de todos os presentes que agora irão mobilizar outros Sindicatos e estados. A reunião foi organizada pelo Sindicato Rural de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó, presidente Sandro Madeira Cardinal. Sairão do RS cerca de 350 caminhões em direção a capital do país.

10 de Agosto dia da chegada em Brasília;

-Pauta

1 - Propor uma nova Lei aos moldes da Lei 9.138 com limites compatíveis - até 01 milhão securitização e acima pesa
- 5 anos de carência
- 20 anos para pagar
- Juro 2%
- Rebate de 40 %

2- Garantia de Renda – que se cumpra a lei que garante renda para o produtor e redução da carga tributária.

3- Meio ambiente - definir lei ambiental condizente com a realidade de cada estado.

As dívidas acumuladas do setor agrícola somam R$ 110 bilhões, destes, 1,28 bilhões são dívidas de produtores gaúchos. Sem renda não tem como os produtores honrar seus compromissos.